Como os relacionamentos entre homens que amam homens são diferentes dos outros

 Como os relacionamentos masculinos (românticos e/ou sexuais) são diferentes dos relacionamentos entre sexos opostos ou entre mulheres?

"Embora nós, homens, possamos ter altas doses do agressivo hormônio testosterona no sangue, também precisamos nos apegar aos outros como todo mundo."

Fundamentalmente, a diferença é que no relacionamento erótico¹ entre homens, ambos os parceiros são regidos pelo hormônio testosterona.

Ken Wilber, o famoso filósofo masculinista, chama a testosterona de “hormônio do foder e matar”.

Isso não evoca exatamente noites românticas em frente à lareira, onde baixamos a guarda e expressamos nossos segredos mais íntimos.

Toda essa testosterona às vezes pode estar em desacordo com a criação de intimidade emocional. Frequentemente, os homens precisam aprender a se conectar porque o estrogênio, o hormônio da conexão, não flui em nosso sangue em grandes quantidades — e por isso temos uma maior dificuldade quanto a estabelecer conexão.

O que nos coloca em apuros

Os homens têm a reputação de às vezes serem “idiotas” quando procuram sexo.

Às vezes, na busca por sexo, a testosterona assume o controle e a outra parte de ser macho — a parte mais terna — fica submersa por um tempo. E nas grandes cidades isso às vezes cria uma subcultura masculina "gay" onde esquecemos que mesmo com uma pegação sentimentos estão envolvidos.

Aqui está como isso pode parecer no escritório de um conselheiro de casais. Dois caras legais entram e ambos ficam surpresos ao descobrir que seu parceiro se sente magoado quando o outro fica com outros caras. Eles vivem com a ilusão de que “é só sexo” e “que diferença faz onde enfio meu pênis?”

Essa experiência não aconteceria em uma sala onde [pelo menos] um membro do casal tivesse bastante estrogênio correndo por seu corpo [leia-se "mulher"].

A perspectiva do apego

Embora nós, homens, possamos ter altas doses do agressivo hormônio testosterona no sangue, também precisamos nos apegar aos outros como todo mundo. A ciência nos mostra que o apego é outra necessidade humana “incorporada”. Bebês de ambos os sexos morrerão se não estiverem emocionalmente apegados a alguém que cuide deles. Precisamos de apego para sobreviver.

Nos relacionamentos masculinos, essas duas forças opostas — testosterona e apego — podem causar dor se ninguém der a devida atenção a elas.

Então o que deveríamos fazer?

A boa notícia é que, quando começamos a prestar atenção ao que realmente está acontecendo, os problemas tornam-se menos complicados de resolver.

Podemos aprender que os sentimentos estão sempre envolvidos sempre que humanos estão presentes, mesmo quando pensamos que estamos apenas interagindo com uma parte inexpressiva do corpo. Podemos lembrar que tudo o que fazemos afeta nosso parceiro, mesmo quando ele não está presente conosco. Podemos aprender a valorizar os prazeres do sexo cru e desconectado e os prazeres da intimidade sexual profunda.

Podemos aprender que honestidade e transparência têm grande significado quando estamos tentando nos sentir próximos de alguém.

E, o mais importante, podemos aprender que existe uma maneira de falar sobre qualquer coisa com nosso parceiro — até mesmo nossas necessidades de sexo — que nos faz sentir conectados e íntimos.

Fonte

Nota:

1. Aqui "erótico" em seu significado original, "referente a eros" — e o termo grego eros (com inicial minúscula) significa "atração romântica/sexual".

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