Além dos estereótipos: ser homo e masculino

Galã de novelas Leonardo Vieira nunca escondeu ser homo, mas sofria preconceito quando alguém "descobria"

 Ser masculino e homoafetivo não deveria ser nada especial.

“Ah, eu nunca pensei que você fosse "gay", porque você é másculo.”

É uma resposta que eu sempre recebo quando as pessoas descobrem que eu gosto (exclusivamente) de homens. Isso implica que ser homo e ser masculino são mutuamente exclusivos, como se você não pudesse ser um homem ‘verdadeiro’ se você gosta de homem. Esse equívoco vem do estereótipo de homens "gays" sendo femininos, que está profundamente enraizado em nossa sociedade. Tão profundamente enraizado que parece explodir a mente de algumas pessoas quando elas veem um homem homo másculo, mesmo que haja muitos.

Mas aqui está a questão: ser homomasculino não tem um conjunto rígido de regras sobre como você deve se parecer ou se comportar. Significa simplesmente que você é um homem que se sente atraído por outros homens. E ser atraído por homens não significa automaticamente que você tem que se encaixar em um certo molde, conforme retratado pela mídia de massa: sua orientação afetossexual não define sua masculinidade. Você pode ser um homem hétero que abraça qualidades mais femininas, um homem homo que incorpora uma persona mais masculina, ou qualquer coisa entre os dois.

Para mim, masculinidade inclui características como força, coragem, independência, assertividade e liderança, entre outras. Também pode incluir interesses como futebol, carros e pesca. Coisas que são tradicionalmente associadas a homens, mas são de alguma forma inesperadas quando se trata de um homem homoafetivo. No entanto, quase todos os homens homoafetivos que conheço são caras comuns que por acaso são homos. Homens que, usando essa definição de masculinidade, são altamente masculinos.

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Não há, é claro, nada de errado em ser um cara homo efeminado. Todo mundo tem (ou deveria ter) o direito de ser do jeito que é. No entanto, a grande mídia tem retratao os homens homos através de uma lente estreita, criando uma imagem distorcida da realidade que é prejudicial à autoestima de muitos homens homos. É quase como se você estivesse sendo ridicularizado.

É por isso que reviro os olhos toda vez que vejo um filme ou série com um cara "gay" muito estereotipado: extravagante, obcecado por moda, com uma voz aguda e uma propensão ao drama. Outra grande ofensa é o clichê do "melhor amigo 'gay'". É precisamente essa caricatura que foi criada e promovida por décadas que está na mente das pessoas quando ouvem a palavra 'homo[ssexual/afetivo]' ou, mais ainda, "gay".

Felizmente, os tempos mudam. Nos últimos anos, houve uma mudança em relação a essas representações unidimensionais, abrindo caminho para representações mais matizadas e realistas na mídia. Alguns bons exemplos são Young Royals e Heartstopper, com diferentes tipos de personagens homoafetivos, alguns deles mais masculinos e outros menos. Espero que isso seja apenas o começo, pois a caricatura mencionada acima ainda está profundamente arraigada na mente de muitas pessoas.

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Verdadeiramente, essa mudança na representação da mídia é muito importante para quebrar esses estereótipos cansativos ​​e promover a verdadeira aceitação. Quando todos nós vemos retratos diversos de homens homos, isso desafia a ideia de que só há uma maneira de ser homo. Isso capacita os homens a abraçar suas próprias identidades únicas sem se sentirem pressionados a se conformar com padrões estreitos impostos pela mídia de massa.

Então, da próxima vez que alguém expressar surpresa que um homem homo pode ser masculino, lembre-se de que masculinidade e homoafetividade são perfeitamente compatíveis. Não se trata de por quem você se sente atraído; trata-se de abraçar seu eu autêntico e viver com orgulho e confiança.

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